Imagine a situação: você foi sorteado para trabalhar na alfândega de sua querida nação que, após 6 anos com as portas fechadas para imigrantes, finalmente muda a situação a visitantes de países vizinhos. Essa é a história por trás de Papers , Please, jogo independente desenvolvido pelo programador Lucas Pope, o único responsável por esse título que coloca você no papel de um fiscal que deve zelar pelo interesses da sua pátria. Ou não.

O jogo retrata o dia-a-dia da imigração de Arstotzka, porém quem manda no bagulho agora é você. E não pense que é uma tarefa fácil. A idéia de Papers, Please é mexer com tudo aquilo que você acredita e, dependendo da suas escolhas, isso pode afetar você.

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Papers, Please é um jogo puramente simples e com uma jogabilidade bem diferente, onde os viajantes se aproximam da bancada e lhe passam os documentos que são conferidos e devolvidos com um carimbo verde ou vermelho, definindo assim quem tem direito ou não de adentrar o país. Todo o processo deve ser efetuado manualmente, do posicionamento dos papéis em sua mesa, até a utilização do carimbo e a devolução do passaporte.

Falando mais sobre a história por trás do jogo, ela se resume a um sorteio realizado pela grande nação de Arstotzka onde saiu o seu nome para trabalhar como fiscal de imigração, uma das funções mais importantes do país. Você será responsável por quem entra e por quem é mantido fora de Arstotzka, e isso vai depender dos seus valores pessoais em relação à segurança, melhores condições, e necessidades – suas e dos demais.

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Mesmo parecendo simples, o desafio aumenta muito a partir do momento que diversos fatores são colocados nessa inspeção de rotina, para conferir a validade dos dados e certificados fornecidos pelas pessoas. E o buraco é mais embaixo quando a sua família depende do seu bom trabalho para sobreviver. O por que? Simples: o pagamento reflete diretamente seu desempenho no posto de trabalho. Quanto mais pessoas atendidas corretamente, mais dinheiro levará para sua casa. Dinheiro este que deve ser utilizado para pagar o aluguel, comida e aquecimento do imóvel.

O desafio real do jogo é que você precisa suspeitar e validar tudo de todos para ter certeza de que não entrará no seu país um terrorista ou um assassino ou etc. E a cada dia de trabalho finalizado aparecem mais regras e imposições burocráticas para que se possa entrar na grande nação Arstotzka.

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Terroristas, em todos os lugares. Até em Papers, Please.

Apesar da jogabilidade simples, o desafio é muito grande devido ao processo manual de tudo que passa por você na fiscalização. E com a ocorrência de ataques terroristas, imigrantes querendo trabalhar com prostituição, pessoas querendo trazer drogas para o país ou até mesmo imigrantes em massa tirando trabalho dos cidadãos, o Estado impõe ainda mais responsabilidade e processos que devem ser seguidos. Além do que, cada erro resulta em uma advertência, que são cumulativas. E a cada duas advertências, desconta-se do seu salário – que já é pequeno – uma advertência anterior. E então você começa a se perguntar se aquece sua família, se compra comida, se melhora seu local de trabalho e por ai vai.

De uma maneira geral, Papers, Please é um jogo muito divertido e muito diferente de tudo que já joguei. Apesar de uma função totalmente burocrática, consegue te prender nesse país que só quer a sua glória. O jogo encontra-se totalmente em português do Brasil e está disponível no Steam para PC, Mac e Linux por R$ 16,99, e vale a pena cada centavo.

Trailer de Papers, Please: